Cotidiano

Novo pesadelo judicial de Lula: Zelotes! sentença sai em abril

Mal se recupera da condenação no processo do tríplex do Guarujá, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já tem um novo encontro marcado com a Justiça Federal, desta vez em Brasília, no dia 20 de fevereiro. Ele vai ficar frente a frente com o juiz Vallisney de Souza Oliveira, considerado tão linha dura quanto o juiz da Lava jato Sergio Moro.

 Lula é réu em dois processos no âmbito da Operação Zelotes: um sobre a suposta venda de medidas provisórias (MPs) para beneficiar o setor automotivo e outro sobre a aquisição de caças suecos – este último é o que motivou a Justiça Federal a apreender o passaporte de Lula na noite desta quinta-feira (25).

Vallisney é discreto, de poucas palavras e poucas aparições públicas – mas costuma ser rigoroso aos proferir suas decisões. Além da própria operação Zelotes, estão nas mãos do juiz casos derivados das operações Greenfield, Panatenaico, Cui Bono? e Sépsis. Vallisney já foi chamado de “juizeco” pelo então presidente do Senado em 2016, Renan Calheiros (PMDB-AL), insatisfeito com decisão que autorizou prisões de quatro agentes da Polícia do Senado e a apreensão de documentos e equipamentos no local sob a suspeita de uma tentativa de atrapalhar a operação Lava Jato.

Foi ele, também, que em julho de 2012 arquivou o processo do caso Erenice Guerra (braço direito da ex-presidente Dilma Rousseff, quando esta chefiou a Casa Civil e sua sucessora na pasta) a pedido do Ministério Público Federal, que alegou “não encontrar nada que desse embasamento a uma denúncia criminal”.

Do que Lula é acusado?

O petista é acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa na investigação que apontou indícios sobre a venda de medidas provisórias e de tráfico de influência e corrupção passiva na compra dos caças Grippen. Neste último, o Ministério Público Federal acusa o filho dele, Luis Cláudio Lula da Silva, de ter recebido propina graças ao pai. Os advogados do petista afirmam que a “denúncia ofertada é fruto de devaneio de alguns membros do Ministério Público que usam das leis e dos procedimentos jurídicos como forma de perseguir Lula e prejudicar sua atuação política”.

No processo da venda de MPs, a Polícia Federal apurou que a MP 471, a “MP do Refis”, estendeu a vigência de incentivo fiscal às montadoras e fabricantes de veículos instalados nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O benefício, que acabaria em 31 de março de 2010, foi prorrogado até 31 de dezembro de 2015. A Luís Cláudio, o filho, são atribuídos os crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Também são réus neste caso os ex-ministros Gilberto Carvalho e Erenice Guerra, além do empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, do grupo Caoa e o ex-presidente ex-presidente da Mitsubishi, Paulo Ferraz.

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