Sem Internet ou Telefone se a Oi falir

Desde de junho do ano passado, a Oi está passando por recuperação judicial, processo que prevê a interferência da justiça brasileira em uma empresa a pedido dela mesma para elaboração de um plano de recuperação. Com isso, as dívidas são renegociadas, e a companhia tem a oportunidade de pagá-las sem sofrer juros excessivos ou ter que vender todos os seus ativos. Em outras palavras, ela não entra em falência, mas continua funcionando para pagar o que deve sem de fato dar lucro aos investidores.
e acordo com informações de um levantamento oficial do governo federal obtido pelo jornal O Globo, uma eventual falência da Oi pode deixar 2.051 municípios brasileiros sem telecomunicações, isto é, sem internet ou telefone. Nessas cidades, a Oi não tem concorrentes atuando ou as adversárias alugam a infraestrutura da empresa para fornecer serviço a seus clientes.
De acordo com o levantamento, esse possível apagão nas telecomunicações pode afetar 46 milhões de linhas de telefone celular, 14 milhões de fixos e também 5 milhões de acessos à internet via cabo em todo o país. Segundo o jornal, o documento reflete a preocupação do governo com a possível falência da Oi e seus impactos no setor de telecomunicações. Isso porque todas operadoras brasileiras dependem da Oi em algum grau, seja alugando pequenas ou grandes partes da sua infraestrutura para atender todos ou parte de seus clientes em determinadas localidades do Brasil.
Os problemas bilionários da Oi começaram quando a empresa comprou a operadora Brasil Telecom em 2010 e, posteriormente, descobriu que a companhia tinha uma dívida gigantesca. Em 2014, a Oi tentou fazer uma fusão com a Portugal Telecom, mas depois de ter finalizado o negócio, descobriu novamente que a parceira tinha outra dívida enorme, mas agora em euros.
Com o passar do tempo, a dívida acumulada aumentou, e a companhia pediu recuperação judicial em 2016. Em outras palavras, as aquisições da Oi nos últimos anos foram muito mal pensadas pela sua presidência, o que foi ainda mais agravado por envolvimento político na companhia.
Tecmundo